O assunto “organização de armários” está super na moda. Tem programas de televisão, várias reportagens, blogs, cursos online, lojas especializadas…
Mas você pode se perguntar, o que é essa organização que tanto vem sendo divulgada e por que organizar?
Bom, a organização é arrumação dos armários utilizando técnicas e seguindo critérios que visam a funcionalidade e otimização do espaço.
Veja o link para o meu texto sobre “8 Passos para Organizar seu Closet/Armário de Roupas”
A organização proporciona maior praticidade, agilidade, além da boa aparência, complementando a decoração e deixando o dia a dia mais agradável e menos estressante.
Manter um ambiente organizado não é um luxo e sim uma necessidade.
Quando você entra em uma loja de enxovais e encontra as roupas de cama dobradas, organizadas harmoniosamente por cores, próximas às toalhas fazendo um tom sobre tom, qual a sensação? É uma sensação boa, não é? Que traz paz, relaxamento e equilíbrio. É isso que a organização proporciona.
Nossa vida já é corrida, enfrentamos trânsito, reuniões de trabalho, prazos para entrega de relatórios, assembleia de condomínio… Temos horário para acordar, levar as crianças no colégio, ginástica e terapia…
Mas saber que ao chegar em casa, no nosso porto seguro, vamos encontrar um ambiente gostoso, harmônico e organizado, com cada coisa em seu lugar, já nos proporciona prazer, isso acalma a alma.
Não é preciso ter uma casa de cinema, basta que as suas coisas estejam nos lugares corretos.
Bom, eu já vi vários posts com dicas para organização de armário. O meu objetivo aqui é que vocês consigam realmente colocar a mão na massa a partir deste passo-a-passo.
Antes de começar a organização do seu armário, aliás antes de qualquer novo projeto, é fundamental você organizar suas ideias.
Aqui vou listar 8 passos para você seguir e deixar o seu armário impecável.
1º Passo: Programação
É importante você definir data e prazo para este projeto e se programar para cumprir. Você deve assumir sua programação como um compromisso.
Considere cada armário que você pretende organizar como um projeto diferente, ou seja armário do casal, armário de cada filho, cozinha, etc, cada um desses é um projeto.
Não tente resolver toda a casa de uma vez, você não vai conseguir, é provável que fique frustrada e desanime de continuar…
2º Passo: Identifique o que não é usado
Peças velhas. Peças com defeito. Peças não utilizadas. Peças que não te servem mais.
Separe em 4 grupos:
Conserto
Doação
Venda
Lixo
E já encaminhe cada grupo para seu destino, não vale tirar de um armário e colocar em outro cômodo.
3º Passo: Limpeza
Comece sua organização munida de um paninho seco e um paninho úmido. Se gostar, pode usar álcool.
À medida que for desocupando os espaços, limpe antes de voltar com as peças para o lugar.
Desocupe a prateleira, limpe, organize. O mesmo com as gavetas, maleiros, etc.
Você pode forrar as gavetas e prateleiras com um protetor antimofo (caso seja necessário e caso você goste).
4º Passo: Categorize suas peças
Na minha opinião, este o momento mais importante da organização.
Agrupe as peças semelhantes e crie categorias, por exemplo: vestidos de festa, vestidos longos, vestidos curtos, camisas, calças, etc.
Cada categoria deve ser guardada no mesmo local do armário, se optar por dobrar suas calças então todas devem estar dobradas. Dessa maneira, quando quiser escolher uma calça, você vai olhar no mesmo lugar e visualizar todas elas.
Não invente de colocar a calça “X” que é a sua preferida em um lugar especial, porque roupa que a gente não vê, a gente não usa, acaba esquecendo.
É a categorização que deixa nosso armário prático e inteligente. E a nossa vida fica mais fácil.
5º Passo: Organize as gavetas
Peças íntimas
Peças de praia/ginástica
Lenços e meias
Pijamas
Camisetas
Shorts e bermudas (se tiver espaço no cabideiro, pendure)
Separe por cor, tipo e frequência de uso.
6º Passo: Organize as prateleiras
Tipos de peças: bolsas, malhas e moletons, casacos de lã, casacos de linha, calçados
Roupas de verão – prateleiras inferiores
Roupas de Inverno – caixas transparentes nas prateleiras superiores
Os cabides devem ser todos iguais e devem estar na mesma direção. As roupas também devem ser acomodadas na mesma direção.
Separe por cor, tipo, comprimento e frequência de uso.
8º Passo: Identificação
Coloque etiquetas para identificar o local de cada categoria.
A identificação é importante para que todos os moradores e funcionárias saibam onde localizar e onde guardar os objetos.
O que eu acho imprescindível ser identificado:
Caixas organizadoras devem ter a especificação do conteúdo.
Prateleiras altas também devem ser identificadas.
Isso é para facilitar sua vida e dos outros moradores, com as etiquetas de identificação não é necessário abrir todas as caixas para encontrar o que procura, nem precisa subir em escada para saber o que está guardado nas prateleiras.
Casa desorganizada, vida bagunçada. Todo mundo, em algum momento da existência, ouve essa associação. Cedo ou tarde, acaba percebendo que a desordem nos armários de casa ou na bolsa de mão é responsável (sim!) por parte da carga de estresse no dia a dia –mais até, pela perda de tempo e de dinheiro. A boa notícia é que há ajuda profissional para colocar as coisas em ordem e socorrer os bagunceiros “de carteirinha”.
Em Belo Horizonte, há até associação de experts em organização ou personal organizers, como preferem ser chamados. De março, quando foi criado, até agora, o grupo conseguiu reunir cerca de 50 profissionais da área. No próximo sábado, um evento deve trazer mais 50 para a capital.
Uma das fundadoras da Associação Regional de Profissionais de Organização e Produtividade de Minas Gerais (Arpop-MG), Renata Fonseca é bambambã na capital. Dona da empresa que leva o próprio nome, a moça de 33 anos é prova de que o negócio vem bombando mesmo e, aos poucos, perdendo o status de “coisa de rico”. Há dois anos e meio, ela abandonou a rotina de estudar para concursos públicos para se dedicar exclusivamente ao ofício de organizar lares e vidas. Não se arrepende.
“A vida da gente está cada dia mais corrida e o tempo passando cada vez mais rápido. Nessa correria, as pessoas começam a delegar parte das tarefas para alguém. Se antes precisavam de um funcionário para comprar algo, por exemplo, agora delegam a organização da casa”, justifica.Maurício Vieira
Renata desistiu do concurso público ao descobrir o gosto pelo novo ofício; atualmente é uma das profissionais mais requisitadas em BH
Investimento
E qual o custo da ajuda profissional? Cerca de R$ 70 por hora. “Quem procura quer realmente trazer a organização para o dia a dia. Não joga dinheiro fora”, ressalta a organizadora, sempre com agenda cheia.
A administradora Cristina Dumont também trocou de profissão. Há quatro anos dedica-se à organização de ambientes – há um, está à frente da Mudares Organiza. Muito procurada por quem está de mudança ou acabou de concluir o processo, ela ensina o principal truque da casa perfeita: setorizar. “Percebo que as pessoas não têm noção do que é organizar. A primeira coisa é separar o que é igual no mesmo espaço, assim as coisas não ficam espalhadas pela casa. Depois, manter fica mais fácil”, diz.
Na Mudares, o serviço inclui organização e instrução do cliente ou profissional que manterá a casa ordem, além de uma reava-liação 30 depois do serviço e um contato um ano depois. “O objetivo não é simplesmente arrumar, mas deixar tudo pronto para que a própria pessoa possa dar continuidade”.Pedro Gontijo
Administradora Cristina trocou de profissão há quatro anos e, desde então, vem ajudando pessoas a organizarem a casa e a vida
Ficou animado para botar a casa ordem? Confira algumas dicas das profissionais de BH:
– Arrumar é diferente de organizar. Ao invés de fazer as coisas caberem nos armários, organize-as de modo que encontrá-las depois fique, inclusive, mais fácil também. A dica é setorizar: objetos iguais ou voltados para o mesmo uso devem estar armazenados no mesmo espaço ou pelo menos próximos.
– Padronize os cabides. Evite ter no armário peças de roupas que fiquem mais longas ou mais curtas. Cabides padronizados em tamanho, material e modelo facilitam a ordem das coisas e até visualização das peças. Importante: priorize pendurar o que pode ser pendurado!
– Dobras são fundamentais.As peças de roupa devem ser dobradas de modo que fiquem todas aparentes e visíveis na hora da escolha.Nada de fazer pilhas enormes, que podem tombar facilmente.
– Mais sapatos à vista. Para otimizar o armário de calçados, use o seguinte truque: coloque apenas um pé do par à frente e o outro atrás, assim é possível ver mais peças de uma só vez e aproveitar melhor o espaço.Fotos Pedo Gontijo / N/A
Somente um pé dos calçados à frente, peças íntimas em colmeias e camisetas empilhadas, ensina Cristina
– Use cestos e caixas. Lenços e cintos podem ser armazenados em caixas organizadoras, que facilitam a setorização e a manutenção da ordem.
– Cozinha e despensa. Alimentos e produtos de limpeza e higiene podem ser melhor organizados quando colocados em compartimentos. Experimente usar caixas organizadores para setorizar cada um deles e delimitar o espaço destinado a cada tipo de uso.
– Nada de meias em bolinhas. Esqueça as bolinhas de meia, que podem relaxar o elástico do acessório e estragá-las num tempo mais curto. Armazene-as dobradas ou, se preferir, em colmeias, onde também podem ser guardadas peças íntimas e sutiãs de bojo.
– Planeje os armários! Se estiver construindo ou com a casa em obras, planeje os armários conforme as peças que têm. Espaço para vestido longo, por exemplo, é fundamental! Pense nisso!Fotos Maurício Vieira (alto) e arquivo pessoal
Setorização por iguais, roupas de cama dobradas do mesmo tamanho e cabides padronizados são dicas de Renata Fonseca
Técnica que usa cores do semáforo ameniza o desconforto do descarte
Tornar o desapego minimamente exaustivo do ponto de vista emocional, facilitando a organização e reconfiguração de ambientes é o ponto de partida do trabalho de Talita Melo. Fundadora da Kiiro – Organiza e Simplifica, em São Paulo, a personal organizer criou um código de arrumação baseado nas fases do semáforo.
A ideia, explica a profissional, parceira da MetroFit (empresa de locação de espaços privativos e temporários para armazenamento de itens pessoais e corporativos), é que ao descartar uma peça encostada no fundo do armário a pessoa, ao invés de lamentar-se pela perda, tenha a sensação de ganho ou até algum retorno financeiro com o desapego.
“Alguns profissionais, como a Micaela Góes (apresentadora do programa Santa Ajuda, do GNT) já utilizam a técnica do verde-amarelo-vermelho para indicar o que fica, os itens que vão para doação e o que vai para o lixo, nesta ordem. Minha ideia foi usar a mesma configuração, baseada num signo universal, de conhecimento de todos, para criar um método diferente, que cause certo conforto emocional”, explica.
Verde significa venda; amarelo, ação, ou seja, o que precisa ser lavado, passado ou costurado para ser aproveitado novamente; vermelho traduz o que parou na vida e deverá, então, ser doado.
Perfis “acumuladores”
Além da falta de tempo ou até de habilidade para colocar casa ou escritório em ordem, a organizadora explica que há perfis de pessoas com tendência a acumular objetos e que, portanto, costumam ser mais bagunceiras, digamos.
O perfil emocional é aquele que associa o objeto a um sentimento e a lembranças e memórias; o de escassez, geralmente está relacionado a pessoas mais velhas ou a quem já tenha vivenciado situações de dificuldade financeira ao longo da vida e que acredita precisar desse ou daquele objetivo em algum momento. Já o perfil criativo está ligado a pessoas que enxergam um potencial artístico em tudo o que veem e têm, mas não o coloca em prática.
Para evitar cair em tantas armadilhas, um dos principais macetes ensinados pela personal organizer é evitar manter coisas armazenadas em caixas, por falta de espaço ou no pós-mudança, mesmo quando a intenção for passageira. “Colocar a vida em caixa não é fácil. Tirar, menos ainda”, enfatiza.
Além disso:
Fenômeno editorial em 2015, o livro A Mágica da Arrumação, da japonesa Marie Kondo, não só vendeu mais de 2 milhões de cópias no mundo inteiro, tornando-se um best-seller, como arrebanhou uma legião de interessados em deixar a casa (e a vida!) nos trinques com dicas rápidas e fáceis de implementar.
O método da escritora de 30 anos – uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time –, é claro e vai além, por exemplo, do simples fato de desfazer as bolinhas de meia. KonMari, como foi nomeado, baseia-se no princípio de criar uma conexão emocional com os pertences pessoais, mantendo no armário somente aquilo que traz alegria e “descartando” o resto.
“As meias na gaveta estão de férias. Levam uma surra no trabalho do dia a dia, aguentando a pressão e a fricção para proteger seus preciosos pés. O tempo que ficam no armário é a única chance que têm de descansar”, diz Kondo no best-seller lançado, no Brasil, dois anos atrás, justificando o método de dobrá-las delicadamente e guardá-las “em pé” e não somente embolá-las e jogá-las no fundo armário.
Basicamente, a arrumação sugerida por Kondo leva em conta muito mais a questão afetiva e a relação que se tem com tudo o que guardamos em casa do que simplesmente o fato de caberem ou não em determinado lugar. Como diz o Feng Shui, é dar espaço para as energias circularem, abrindo caminho para a renovação.
Veja algumas dicas da expert japonesa, Marie Kondo:Editoria de Arte
Confira galerias com antes e depois dos trabalhos de Renata Fonseca e Cristina Dumont e dicas fáceis para implementar em casa:
Link para a matéria na página do Jornal Hoje em Dia:
Profissionais dão dicas de como deixar a casa em ordem sem sacrifício
Criar metas, se premiar e dividir as tarefas por partes são algumas das sugestões de personal organizers para colocar um ponto final na bagunça sem sucumbir o cansaço
Por PATRÍCIA CASSESE23/06/19 – 03h00
Personal organizer, Cristina Dumont defende o desapego e aconselha iniciar a arrumação da casa definindo prioridades em cada cômodo: “Faça um planejamento como um compromisso.”Foto: Flavio Tavares/O Tempo
Jéssica e Ana Carolina: “Os apartamentos estão cada vez menores, o que acaba sendo desafiador”Foto: Arquivo Pessoal
Marie Kondo: a guru japonesa da organização estreou, no início do ano, um realityFoto: Netflix/Divulgação
Nalini: “Quando faço uma sessão, procuro não passar de 5 horas”Foto: Hosana Evarini/Divulgação
Sofia Fada: entre brinquedos do filho e produtos da sua start-upFoto: Hermann Santiago/Divulgação
Fosse uns tempos atrás, ao se deparar com um sapato de seu agrado, a mineira Sofia Fada, 39, provavelmente sucumbiria ao ímpeto de comprar logo dois pares, ainda que de cores distintas. Hoje, não mais. A contenção no consumo é um, digamos assim, efeito colateral de um processo que, na verdade, ainda está em curso: a organização de sua casa. Ao se enfronhar nesse desafio, ela, que trabalha com desenvolvimento de start-ups, por tabela passou a se conscientizar do quanto o ser humano tem o péssimo hábito de acumular coisas no curso da vida, e a importância do consumo consciente até para a própria sobrevivência do planeta.
Sofia faz parte de um contingente que só faz crescer: o de pessoas que, cansadas do acúmulo e da desorganização que rondam suas vidas, tentam colocar um fim ao caos por meio de estratégias como setorização e desapego. Esse nicho tem ganhado fôlego com o lançamento de livros destinados a ajudar quem se aventura nesse desafio, canais no YouTube, programas de TV (como o “Santa Ajuda”, do GNT, de Micaela Góes) e até mesmo reality- shows, como o “Ordem na Casa”, do Netflix, protagonizado pela guru japonesa da arrumação Marie Kondo, autora do método KonMari.
Mas se os ganhos advindos da organização são inquestionáveis, os desafios que inevitavelmente surgem no curso do processo – falta de tempo, cansaço, apego a itens ou mesmo a impressão de ser um procedimento que necessita um investimento alto – por vezes arrefecem os menos determinados. E foi justamente para dar dicas de como não sucumbir aos obstáculos que O TEMPO ouviu quatro profissionais de metodologias distintas, mas que têm como denominador comum a vontade de colocar um ponto final na bagunça de seus clientes.
Uma das poucas certificadas do método KonMari no Brasil, Nalini Grinkraut tem como principal dica alternar o processo de organização a outras atividades, para não ficar maçante. “E quebrá-lo em etapas menores. Se você quer organizar o home office, por exemplo, separe as categorias e planeje o começo, meio e fim de cada uma. Dessa forma, você vai obtendo pequenas conquistas. E uma sugestão que sempre dou é se premiar por esses ‘pequenos’ resultados: ao fim de cada categoria, faça algo que goste, como tomar um banho relaxante ou dar uma caminhada no parque”, diz.
A organizer Cristina Dumont, da Mudares Organiza, por seu turno, aconselha a definir, dentro da casa, as prioridades, indo de cômodo em cômodo, para a pessoa não ficar desestimulada logo de saída. “Vamos imaginar que seja a cozinha. Faça um planejamento, inclusive anotado na agenda, e tente encará-lo como um compromisso para o qual se deve dar prioridade”, frisa ela, que, para os mais reticentes, indica ainda fazer a organização móvel a móvel.
A contratação de um profissional para conduzir o processo de organização é outra questão que ainda suscita dúvidas: afinal, trata-se de um recurso viável apenas para os mais abonados? Ana Carolina Azevedo e Jessica Espíndola, da Organize Bem, garantem que não. Mesmo sem citar preços (mesmo porque o orçamento depende da demanda), elas afiançam que há opções bem acessíveis, a começar da consultoria – quando as organizadoras se debruçam sobre o caso e traçam um passo a passo para o contratante. “Ou seja, a gente vai apontar as melhores soluções para o caso, mas quem vai fazer é ele”, explica Ana
Nos casos em que o contratante quer de fato delegar o processo ao organizador, o preço é calculado por fatores como o número de cômodos. Mas Ana e Jessica lembram que a maioria dos profissionais ou empresas, hoje, aceitam parcelamento do valor, que pode ser feito inclusive por cartão.
A hora do descarte. Todas as organizers entrevistadas concordam que o descarte é uma etapa intrínseca ao processo de organização, independentemente do método. O KonMari, vale lembrar, sugere que a pessoa reflita, a cada peça, se ela de fato lhe traz felicidade. Do contrário, é hora de agradecer e fazer a roda girar. Mas… e se depois bater o arrependimento? Nalini costuma dizer que não há nada no mundo que seja insubstituível. “Sempre podemos usar uma dose de criatividade. Eu, por exemplo, me desfiz de um baldinho de gelo e tive um aniversário no qual me vi precisando dele. O que fiz: pedi a uma convidada para trazer. No caso de roupas, se você se arrepender, pense que alguém estará fazendo um bom proveito dela. Já documentos, papéis, você sempre pode pedir uma segunda via”, diz.
Nalini, aliás, costuma aventar uma situação extrema para provar sua teoria. “Imagine que sua casa pegou fogo. Se você está fisicamente bem, é isso que importa, pois pode ir atrás do que perdeu. Claro, vai dar trabalho, mas nada de tão ruim poderá lhe acontecer se não tiver esses papéis”, entende.
Ana e Jessica, da Organize Bem, corroboram: “A verdade é que a gente acumula muito no curso da vida. Todo mundo tem, em casa, coisas que não usa mais, e que, portanto, podem ser doadas ou vendidas – ou mesmo descartadas”. Por outro lado, Cristina Dumont analisa que o desapego acaba sendo um processo mais fácil em algumas culturas, caso da japonesa, onde encontra respaldo também em uma realidade estrutural: lá, as moradias têm dimensões muito menores que as norte-americanas, por exemplo.
Importante é focar no que é essencial, eliminando excessos
“Isso é completamente inaceitável. Você tem quase 19 anos e eu estou cansado disso”. A frase postada há dias no Twitter do apresentador da BBC Nicky Campbell vinha junto a uma foto flagrando a bagunça daquele que seria o quarto de sua filha. A iniciativa animou seguidores a postarem fotos de desordem em suas casas. Mas, bem, houve quem criticasse a exposição e Campbell acabou retrucando que tudo não passava de uma brincadeira entre os dois.View image on Twitter
Verdade ou não, Cristina Dumont entende que, sim, a bagunça estressa. Sofia Fada concorda e admite que já se desesperou ao constatar o sumiço de objetos em meio ao amontoado de coisas dispersas. “Na verdade, como trabalho com criatividade, preciso de um certo caos. Mas quando me mudei para meu atual endereço, me perdi. Os cômodos tinham uma disposição diferente da casa anterior, e acabei não conseguindo me organizar”, admite.
Não bastasse, entraram em cena os brinquedos da filha mais nova, Ana Teresa, e o material de estudo do mais velho, João Gabriel, além de caixas de produtos, já que ela usa seu endereço pessoal também como home-office.
Ao ler o livro e assistir à série “Ordem na Casa”, de Marie Kondo, na Netflix, Sofia percebeu que o que ela pregava “fazia, sim, sentido”. “Que é focar no que é essencial. Então, é tirar a roupa que você não usa mais, os livros que não têm mais a ver contigo… De pronto, entendi que teria que abrir mão de muita coisa, diz. Ao mesmo tempo, Sofia traçou, intuitivamente, uma estratégia, a de associar a organização à meditação mindfulness, “para pensar nesse processo não como algo pesado, mas uma forma de relaxamento”, compara.
Coincidentemente, foi também após uma mudança que a médica Ludmila Cabral percebeu que precisava de ajuda. “Não conseguia pôr as coisas no lugar, principalmente itens menores, como documentos, e fui deixando tudo de modo meio aleatório. Minha ajudante até ria, pois o que não tinha lugar, acabava indo para debaixo de uma cama”, lembro. Com isso, veio o incômodo. “Era a minha casa de recém-casada e não achava as coisas. Isso traz uma carga pesada, pois é a sua casa, um lugar que seria para você aproveitar”, explana. Ludmila contratou Jessica e Ana Paula e hoje brinca que existe uma casa antes e uma depois das duas. “A organização foi uma bênção. Na cozinha, por exemplo, consigo aproveitar cada espaço e ver todas as vasilhas que tenho. Se alguém me pergunta sobre um objeto, já sei falar: ‘está em tal armário’”, festeja.
Associação
Anpop. Criada em 2014, a Associação Nacional de Profissionais de Organização e Produtividade tem, hoje, 300 associados. Uma das missões, diz a presidente, Ana Paula Vanzan, é ratificar a importância do segmento para a economia do país.
E mais. “Buscamos o reconhecimento da profissão, o incentivo e a defesa da classe, capacitação e formação como diferenciais, troca de experiências, melhores práticas e fortalecimento do grupo”, diz ela.
Dica. Ao contratar um profissional, Ana sugere uma análise do currículo, levando em conta a experiência na área, cursos de capacitação e, claro, os depoimentos de clientes.
Guru da arrumação
Acusação. Semana passada, Marie Kondo foi acusada de apropriação indébita. A americana Linda Koopersmith, a “The Beverly Hills Organizer”, alega que, no que tange à dobradura de roupas, o KonMari replicaria métodos ensinados por ela desde o ano de 2005.
Novo livro. Alheia à celeuma, a guru japonesa anunciou, no Instagram, que seu novo livro – “Kiki & Jax: The Life-Changing Magic of Friendship”, voltado ao público infantil – será lançado dia 5 de novembro. A obra tem como tônica a amizade, mas, como pano de fundo, a questão da arrumação estará lá, firme e forte.